quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Por onde anda o Vitinho?

São 21h24 minutos (a acreditar no relógio do computador) e tenho a meu lado uma criança de 10 meses mais interessada em ver se o Horatio do CSI Miami vai (finalmente) tirar os óculos de sol do que em se deixar embalar e dormir...  É esta a minha sina...  Um filho que, com tantas qualidades (*disfarça que eu assobio) que podia herdar da mãe, foi logo buscar-lhe o lado notívago.  Bem sei que 21h27 (os números insistem em mudar no mostrador) não é muito problemático...  Mas também sei que, muitas vezes, já passa da meia-noite e meia quando consigo (Aleluia!) adormecê-lo.  Há, no entanto, que elogiar o lado bom...  O pipoca adormece e dorme a noite toda de seguida (salvo as raras excepções em que os malditos dentinhos a romper ou um estômago excepcionalmente vazio o fazem chorar e gritar até se encontrar na segurança do colo da Mãe).  Mas, mesmo assim, gostava que adormecesse às horas normais das outras crianças de 10 meses...  tipo, há 31 minutos atrás...

Já descobri o que preciso...  Preciso que alguém tire o Vitinho da reforma!  No meu tempo (ainda me custa a crer que cheguei a um ponto da minha vida em que tenho de fazer esta distinção), viamos o Vitinho a flutuar agarrado à fronha da almofada, com o rabete no ar, e sabíamos, automaticamente, que estava na hora do xixi-cama!  Podiamos fazer ronha por um bocado, mas raramente nos era permitido mais que 5 ou 10 minutos do jogo "empatar-os-pais-para-dormir-o-mais-tarde-possível!.  O problema é que o Vitinho já não vem dizer às criancinhas que está na hora de ir para a cama...  Desenhos animados para eles, que têm canais com os ditos, 24h por dia, sete dias por semana, à distância de um clique, é do mais banal que há...  Assim sendo, pergunto eu...  Como adormecer o meu crianço???

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

God Save the Queen...

Há cerca de 4 ou 5 anos estive para ir viver para Inglaterra.  Sempre fui apaixonada pela cultura e história inglesa e fui sempre uma acérrima defensora do seu povo.  Onde outros vêm arrogância eu vejo a típica introspecção dos povos das ilhas.  Mesmo os nossos açoreanos e madeirenses são mais fechados, por motivos única e exclusivamente geográficos.

Mas, se na altura fiquei triste e até, há que admiti-lo, algo desapontada com o namorido por não ter querido embarcar nessa aventura comigo, agora...

Os saques e a destruição gratuita da qual a nação inglesa foi alvo é, verdadeiramente, assustadora!  E, à minha roda, vejo cada vez mais pessoas a acreditar que o que faz falta a Portugal é uma acção semelhante...  O que é, para mim, incompreensível!  Como é possível que a resposta para o estado do País seja destruí-lo ainda mais?  Como é possível achar que destruir o ganha-pão de portugueses a passar pela crise seja a solução?  É como quando a Moody's nos acusou de ser lixo...  Se, por um lado, gostei de ver os portugueses unirem-se na revolta patriótica, por outro irritou-me a quantidade de pessoas para as quais a resposta foi "moody's vai levar no c***" e outras saídas de identico valor...  É assim que queremos que nos vejam?  Como um País desunido que, quando finalmente se une numa causa, recorre à ofensa fácil e gratuita?

Mais uma vez tenho de louvar os britânicos...  Aos poucos vão limpando a "sujidade social" que conspurcou a sua vida...  Não só o público em geral está a auxiliar a polícia na detenção dos infratores como estes estão a ser punidos imediatamente.  Tal é o exemplo de um jovem, cuja família vivia num bairro social.  Assim que foi determinado o envolvimento dele nos saques, a mão da justiça não se fez esperar...  A família viu-se despejada da casa camarária em que habitava!  Terá sido um castigo duro, para uma família inteira pela insensatez de um adolescente?  Talvez...  Mas a permissividade nunca foi solução!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Prece

Oração de uma Agnóstica

Meu Deus, sou eu… Ainda te lembras de mim? Há muito que não te procuro e, talvez por isso, há muito que não te encontro. Tenho uma vaga lembrança de termos conversas monocórdicas… mas até dessas me esqueci… Já soube rezar… mas não me lembro da ordem das palavras… Assim, fiz-te esta oração… Para o caso de me estares a ouvir… De ainda te lembrares de quando éramos próximos… Para dar graças… Neste caso a Ti, pois não sei a quem mais as posso dar.

Obrigada pela maior das dádivas… Agora sei o que é esse Amor infinito de que tanta gente me falava ao falar-me de Ti. Obrigada pela dádiva da sabedoria, que me permite, finalmente, por as coisas em perspectiva consoante o seu real valor. Obrigada pela dádiva da infantilidade, que ainda me permite ter prazer em rebolar pelo chão. Obrigada pela dádiva da ignorância, que me deixa dormir descansada sem pensar nos perigos do amanhã. Obrigada pela dádiva da saúde, minha e dele, que nos permite desfrutar totalmente a existência um do outro. Obrigada pela dádiva do egoísmo, que me dá o direito de me orgulhar da sua (ainda) preferência pelo meu colo. Obrigada pela dádiva da partilha, que me força a falar dele a toda e qualquer pessoa que olhe para mim no decurso do seu dia. Obrigada pela dádiva do sono, que me dá a desculpa perfeita para sestas a dois, muito agarradinhos. Obrigada pela dádiva do humor, que faz com que me ria de cada vez que me arranha os olhos. Obrigada pela dádiva da estupidez, que me deixa convicta de que bebé mais lindo nunca existiu, nem existirá, neste (ou noutros) mundo(s). Obrigada pela dádiva da vergonha, que me impede de gritá-lo aos quatro ventos. Obrigada pela dádiva do emprego, que me deixa dormir descansada à noite sabendo que nada lhe faltará. Obrigada pela dádiva do sonho, que me permite imaginar um dia em que não precisarei de um emprego. Obrigada, acima de tudo, pela dádiva de ser mulher… nenhum homem, nem mesmo Tu, poderá entender do que estou a falar.

(já agora, oh Pai, como pudeste abandonar o teu filho à sua sorte quando ele mais precisava de Ti?)

domingo, 7 de agosto de 2011

Como explicar a um bebé de 9 meses que para "saborear" uma história não tem de comer o livro?

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Feliz Natal... em Agosto!





Hoje descobri mais uma benesse da maternidade:  faz-nos dar uso àqueles presentes horríveis que todos recebemos no Natal, de alguma tia distante ou de uma vizinha com pouca imaginação.

Hoje, única folga da semana...  :(

Por mais que a queira dedicar na totalidade ao pipoquinha, a verdade é que a casa precisa de alguns cuidados...  (sacana, todos os dias, ao sair, lhe digo "vá lá...  arruma-te!" e todas as noites regresso à mesma confusão). 

Fui arrumar a casa de banho e estava na altura de trocar os sabonetes das saboneteiras (não detestam quando começam a ter de se lavar com algo com a espessura de uma cartolina e que já nem faz espuma só porque "parece mal deitar fora"?  A partir de uma certa largura os meus sabonetes têm de se reformar e dar lugar a uma geração mais nova...  como tudo na vida).  Bem...  Apercebi-me que, com o pipoca, os stresses do trabalho, as trocas de horário e de folgas, as campanhas a começar, etc etc etc, esqueci-me de renovar o stock de sabonetes cá de casa... 

Resultado: finalmente dei uso a uma colecção de sabonetes recebido há uns natais.  Agora tenho, nas saboneteiras, uma laranja-sabonete, um limão-sabonete e uma lima-sabonete.

Ok...  Não será um motivo de orgulho...  Mas já posso dizer, com convicção, "Obrigada pelo presente!  Era mesmo o que queria/precisava!"

domingo, 31 de julho de 2011

9 meses...

Faz hoje 9 meses que renasci, qual Fénix expurgada pelas chamas.  Foi-se a Raquel-Filha, nasceu a Raquel-Mãe.
E, nestes 9 meses, aprendi muita coisa…  Coisas que nunca cheguei a aprender em 31 anos de vida, mas para as quais bastaram 9 meses para se tornarem verdades incontornáveis.

- Aprendi que, ao contrário do que toda a razão nos diz, limpar o cocó a outra pessoa pode não ser assim tão mau.
- Aprendi que, apesar de ser uma alma noctívaga, consigo acordar, bem cedo, com um sorriso nos lábios, dependendo de quem me acordar.
- Descobri que há beleza no som que o vento faz ao passar nas folhas das árvores.
- Aprendi que um olhar pode falar muito mais alto que palavras ou gestos.
- Descobri que o coração consegue abrigar um Amor imensurável.
- Apercebi-me que os stresses e os problemas quotidianos que me toldavam os pensamentos até poisar a cabeça na almofada, à noite, afinal têm um prazo muito limitado…  15 minutos, para ser exacta…  o tempo que me leva a chegar ao meu tesouro.
- Descobri que consigo passar os dias com conversas escatológicas, debatendo, pormenorizadamente, cores e texturas de cocós com uma seriedade escolástica.
- Aprendi que ser cuspida, mordida, arranhada, mijada em cima, ter os cabelos puxados vigorosamente, arrancarem-me os óculos e socarem-me os olhos ou, pura e simplesmente, tentarem enfiar-me os dedos nos olhos, são, na verdade, actos de um amor incondicional.
- Descobri que tenho de provar todos os medicamentos, papas, iogurtes, sopas, frutas, etc, antes de os dar a outro e que tenho a capacidade, mesmo quando me arrepiam, de os tratar como se fossem as melhores iguarias do mundo.
- Recordei que “A Joana come a papa”, que “O Manel tem uma bola”, que “era uma vez um cavalo, que vivia num lindo carrossel”, etc
- Descobri que, por muito que tente, vou deixar de ter a última palavra…
- Apercebi-me que, durante os próximos tempos, todas as minhas t-shirts, camisas, tops, robes, pijamas, vão ter, algures na zona do ombro esquerdo, uma mancha de baba, bolsado, leite, papa, sopa, fruta, ou uma mistura de todas.
- Ainda a propósito de “moda”, apercebi-me, também, que tão cedo não vou dar uso às dezenas de colares, fios, gargantilhas, brincos, anéis e pulseiras que adquiri ao longo dos supracitados 31 anos.
- Descobri que, apesar de achar que não era assim tão cabeluda, quando comecei a ver o cabelo a cair às mãos cheias apercebi-me que o cabelo era mais do que o que julgava, mas estava a fugir em catadupas.
- Aprendi que as dores de dentes pode doer-me mais a mim que a quem as tem.
- Descobri a felicidade de crescer 5 centímetros em um mês.
- Aprendi que, na verdade, gosto de ser a pessoa mais importante na vida de outra pessoa.
- Descobri que a felicidade é algo que brota de dentro de mim, independentemente da quantidade de coisas com que me rodeio ou que não posso adquirir.


sábado, 30 de julho de 2011

Pressa em chegar...

Sou mãe de um prematuro!  Esta afirmação distingue-me das mamãs de bebés de termo, de uma maneira que só as mamãs de outros prematuros poderão entender...  A maior parte das pessoas dizem que se não soubessem que o pipoca é permaturo não desconfiariam de tal...  Mas a sua pressa em chegar marcou estes primeiros meses (e os próximos) deste meu novo papel: o de Mãe.

Desde o nascimento antecipado do meu tesouro que tento sempre manter um sorriso na cara e o riso na voz, mas… muitas vezes tinha o coração a sangrar e a alma a chorar.

O facto do Alex ter vindo 7 semanas antes do previsto e de, por isso, só o ter visto quase 24h depois de ter nascido foi o início de uma batalha solitária. Quando vi o meu filho, pequeno e frágil, numa incubadora, sem sequer lhe poder pegar (enfiava a mão na janelinha e afagava-lhe o cabelinho ralo e loiro) quebrou-me muito. De noite ia para a enfermaria e via as mães em meu redor com os seus pequenitos no colo ou deitados a seu lado e o coração apertava-se pensando no baby que, no piso de baixo, aguardava os mimos e carinhos da mãe. Passei grande parte desse tempo com as cortinas da cama corridas, ou fingindo-me entregue à leitura de um livro do qual, julgo, não li uma única linha. De manhã acordava, tomava o duche o mais rápido que conseguia, fingia comer o pequeno-almoço, ia ao ritual de tirar leite e de seguida, o mais rápido que o decoro me permitia, dirigia-me ao
ambiente esterilizado da Neo. Enquanto vestia o avental obrigatório e desinfectava as mãos e os braços, esticava o pescoço e tentava, num vislumbre, saber como estava o meu pequeno. Por vezes encontrava-o entregue ao colo de uma enfermeira e a alegria de o poder ver misturava-se com um ciúme que doía… era no meu colo que ele devia ser embalado… Os meus braços é que deviam rodeá-lo e protegê-lo… Corria para ele e pegava-lhe, quase febrilmente, roubando-o à enfermeira que lhe velara o sono. Assim passava os meus dias… Sozinha… No meio de pessoas desconhecidas, de máquinas que apitavam amiúde, de correrias para esta ou aquela cama ou incubadora em que o sinal de alarme tocava.
Nas horas das refeições ligavam para a Neo à minha procura e as enfermeiras expulsavam-me, meigamente, obrigando-me a comer. A comida escorregava sem ser saboreada. A vistoria dos médicos era mais uma privação. Tinha de aguardar, ansiosa, a chegada do médico e o seu exame, quando isso significava tempo precioso que era desperdiçado. O dia da minha alta foi dos dias mais dolorosos da minha vida, comparável, apenas, à dor de perder algumas pessoas na minha vida. A caminho de casa parei para comprar uma bomba de tirar leite e, tendo-me separado do Sérgio, percorri corredores a chorar profundamente, consciente dos olhares que me lançavam os outros clientes mas sem ser capaz de me impedir. Em casa, nova rotina… Acordava (quando conseguia dormir) de 3 em 3 horas e, agarrando no telemóvel, ia para a sala tirar leite olhando para uma foto do meu menino todo entubado enquanto cheirava o babygrow ou body que ele usara nesse dia. Os médicos diziam que a ajuda visual e o cheiro eram fundamentais para aumentar a produção do leite, e eu agarrava-me às lembranças do meu tesouro, a cerca de 35 km de casa. De manhã o Sérgio levava-me ao hospital e vinha-se embora e eu ficava sozinha, até cerca das 22h, a velar o meu tesouro. Um dia cheguei e vi-o debaixo de uma luz azul, com uns óculos protectores, todo nu, só de fralda… A sua fragilidade atingiu-me em cheio e fui tirar leite para não me verem chorar.
Coisa que não consegui quando me avisaram que iam transferir o Alexandre para o hospital de Cascais. Chorei… Não queria correr riscos e a pequenez do Alex parecia-me demasiado frágil para uma mudança dessas. E, ainda para mais, estava sozinha com ele… Ninguém me acompanhou nesse dia quando, na parte de trás de uma ambulância, segurava o ovo que era demasiado grande para o pipoca, enquanto a enfermeira que me acompanhava (para controlar as máquinas a que o pipoquinha ia ligado e ver se não atingiam níveis preocupantes) discutia com a paramédica quais os melhores hospitais da região e falavam de acidentes e de pessoas que morriam na parte de trás das ambulâncias a caminho dos hospitais. Só queria gritar: “Calem-se! Não é uma pessoa qualquer que aqui vai! É o MEU filho!”, mas sabia bem que, para elas, ele era “uma pessoa qualquer”.

Novo hospital, as mesmas rotinas…

Acordar de 3 em 3 horas, cheirar a roupa e ver o telemóvel, ir para o hospital dar peito, almoçar, dar peito, canguru (ou banho), maminha, jantar sozinha ou com outras mães com os filhos internados (altura em que a refeição era acompanhada com relatos de sintomas, exames, arritmias, etc), maminha e casa. Apesar de tentar dar peito sempre que era hora da refeição, a maior parte das vezes, para o alimentar, acabava a segurar uma seringa cheia de leite donde saia um tubo que, enfiado no nariz ou na boca do Alexandre, levava o leite directamente ao estômago. Entretanto, nova privação… Dizem-me que temos de ir a outro hospital com o pipoca, fazer uma eco-cardíaca e um electrocardiograma… O motivo?
Suspeitavam de um sopro cardíaco.
Na noite antes não dormi nada e acabei com o stock de lenços de papel. No final, suspiro de alívio… Estava tudo bem!

Durante 23 dias não soube o que era pegar no meu filho sem um avental de plástico entre nós dois… Não soube o que era deitar-me com ele ao meu lado e sentir-lhe o calor… Não soube o que era tocar-lhe sem desinfectar as mãos e os braços com um líquido que nos seca a pele… Não soube o que era passar uma noite a velá-lo…

Culpei-me tanto! Ainda o faço… Digo a mim própria que se não tivesse continuado a acartar com pilhas de livros, mesmo sabendo estar grávida, nada disto teria acontecido. Que se não tivesse ido tirar as fotos para o catálogo de Natal, as águas não tinham rompido. Se… Se… Se… Se…

Ao grupo de mães da Net a que pertencia, levava novidades da felicidade de ser mãe e, muitas vezes, escrevia sobre o Amor e a Alegria enquanto chorava a dor que sentia. Da porta para fora sorriso na cara e promessa de futuro, dentro de casa as lágrimas corriam e a alma era negra. Nem o Sérgio se apercebia do que eu sentia… Eu passava os dias sozinha porque ele vinha para casa e deixava-me no hospital. Ele nunca falou de receios, cansaços, temores, e eu sentia-me tola em partilhar os meus (pior… tinha receio que, ao colocar em voz alta todas as questões que me atormentavam, o pior pudesse acontecer).

As mamãs de Dezembro pediam fotos do Alexandre. Desculpava-me com o facto de não se poder tirar fotos com flash na Neo, o que era verdade… Mas tirei-lhe dezenas com o telemóvel e a máquina sem flash… Mas não me atrevia a partilhá-las… Nem com a família… Era como se temesse que, ao partilhar a fragilidade e vulnerabilidade do meu filho o exposesse a tudo o que tentava protegê-lo… Não queria que a mais pequena coisa interferisse na sua luta.

Ainda agora, com isto tudo escrito, sei que ninguém (que não tenha passado pelo mesmo) me vai entender…
Não vai perceber a dor, a incerteza, o receio, a culpa,… Assim como não percebiam o porquê de eu passar as noites dos primeiros 4 meses do Alexandre em casa acordada. Em parte era, como eu dizia, para que não passasse a hora da mamada (vital para a evolução dum prematuro) mas, mais que isso, era a necessidade de comprovar que o seu sono era descansado, que dormia bem, que nada de mal acontecia, que não precisava de máquinas a apitar para dar conta de algo mau a passar… Só conseguia dormir, de manhã ou de tarde, quando o Sérgio já não estava em casa, abraçada a ele, certa de que o mais pequeno movimento ou suspiro me acordariam.

Ainda hoje tenho dificuldade em dormir a noite toda…